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“El regreso” da Argentina


Sexta-feira, 18 de julho de 2008 - 09h01

A Argentina voltou a “ativa”. Após sucessivas derrotas dos produtores rurais, tanto para a Presidência do país como para a Câmara dos Deputados, o Senado votou contra a sobretaxação nas exportações dos produtos agrícolas. A medida tinha como intenção o controle da inflação pela alta internacional das commodities agrícolas, “encarecendo” as exportações na tentativa de ofertar mais produto no mercado interno e barrar o aumento dos preços, mas acabou causando transtorno ao país. Os fazendeiros argentinos promoveram um “locaute”, segurando os produtos em seus estoques (carne, grãos, produtos primários em geral) e causando uma crise de abastecimento durante o início da greve. A Argentina teve suas opiniões divididas sobre a taxação das exportações dos produtos agrícolas e, após algumas negociações e reuniões, sem resultado algum, a medida passou para o Congresso Nacional e para a o Senado, onde obtiveram a vitória final. A vitória foi difícil e apertada. Depois de uma votação de 36 votos contra e a favor, o desempate ficou a cargo do Presidente do Senado e Vice-Presidente, quem inesperadamente deu o voto favorável aos produtores. O fato surpreendeu o Governo que não havia sofrido oposição significativa até esse momento, e deixou tensas as relações políticas daquele país. De qualquer forma, a notícia também causou impacto no mercado de grãos, principalmente na soja. Aliada a outros fatores baixistas para o grão – como a queda do petróleo, desaceleração econômica e bom clima nas principais regiões produtoras dos EUA – a volta às exportações da Argentina provocará maior oferta de grãos, reduzindo seu preço. A vitória dos produtores argentinos também foi inesperada pelo mercado, que acreditava que a situação tomaria mais tempo para ser resolvida. Após sucessivas quedas durante a semana, o “Complexo Soja” - formado por farelo, óleo e grão de soja da Bolsa de Chicago (CBOT) - esteve em queda durante todo o pregão, atingindo os limites de baixas. A desvalorização do grão nas últimas duas semanas já ultrapassa 10% na CBOT. O milho sofreu ainda mais, puxado pelo bom clima e melhora das projeções de produtividade média, caindo quase 20% no mesmo período. (JA)
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